15.8 C
Belo Horizonte
Thursday, 29 / July / 2021
- Publicidade -

Obesidade responde por quase 50% dos gastos federais com câncer no SUS

Facebook
Twitter
Pinterest
WhatsApp
Linkedin
Email
Telegram
Viber

Mais Notícias

Mamografias logo após vacina contra covid-19 não é recomendada

Recomendação é que se espere de duas a quatro semanas

Exercício físico com supervisão é benéfico na pandemia

Saúde mental e física melhoram mais quando prática é supervisionada

Grávidas vacinadas com AstraZeneca podem receber 2ª dose da Pfizer

Medida vale para gestantes que moram no Rio de Janeiro
- Publicidade -

Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) revela que o gasto com casos de câncer relacionados à obesidade entre adultos ficou em R$ 1,4 bilhão do total de 3,5 bilhões aplicados em 2018 pelo governo federal no tratamento da doença na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Feito em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o estudo é inédito e teve início no fim de 2019. O resultado foi publicado no dia 11 de março, na revista científica internacional Plos One.

Segundo o oncologista clínico do Inca Ronaldo Corrêa, coordenador da pesquisa, de modo geral, o câncer é uma doença multifatorial. Isso significa que existem diversos fatores de risco para a doença, entre os quais o consumo de tabaco, de álcool e de carne vermelha, o sedentarismo e o excesso de peso ou obesidade.

O estudo concluiu que são altos os gastos com cânceres vinculados ao excesso de peso, considerando o cálculo da fração atribuível. “A gente pega a prevalência do fator de risco na população, quer dizer, quantas pessoas têm excesso de peso na população brasileira em diferentes faixas etárias e por sexo e vê qual é a prevalência desse fator de risco. Quanto maior a prevalência, maior a chance que o fator de risco tem de estar causando o câncer”, disse Corrêa hoje (5), em entrevista à Agência Brasil.

Os pesquisadores consideram ainda outro fator epidemiológico, que é o risco relativo. Essa medida de associação indica qual é a chance de uma pessoa com obesidade vir a ter um câncer em comparação a uma que não tem excesso de peso. A partir das duas medidas – prevalência e risco relativo – tais valores são aplicados na população brasileira e chega-se à fração atribuída.

Percentuais

O resultado evidencia quanto o excesso de peso contribui para os diversos tipos de cânceres associados à obesidade. O estudo do Inca mostrou que, no câncer de endométrio (corpo do útero), por exemplo, o índice ficou em torno de 24%. “Então, 24% dos cânceres do endométrio no Brasil, segundo o nosso estudo, são devido ao excesso de peso”, afirmou o médico. Isso significa que, a cada quatro cânceres do endométrio, um é devido ao excesso de peso.

De acordo com Corrêa, no câncer de mama, a obesidade contribui com 5%; no câncer colorretal,com 1,8%; no câncer de vesícula biliar, com 8%; no câncer do final do esôfago, cm, 16%; no câncer de próstata avançado, com 2,5%. “Em cada câncer que está associado ao excesso de peso, esse fator tem uma contribuição relativa”.

O oncologista explicou que, se o excesso de peso for eliminado entre os brasileiros, pode haver menos 5% de casos de câncer de mama, menos 25% dos casos de câncer do endométrio e assim por diante. O estudo do Inca verificou que 80% de toda a despesa com os cânceres atribuíveis ao excesso de peso foram com tratamento de tumores malignos de mama, colorretal e endométrio. Embora a contribuição do excesso de peso seja relativamente pequena para os cânceres de mama e colorretal, quando comparados ao de endométrio, o impacto econômico é alto pela grande incidência desses cânceres no país.

Dados recentes da Pesquisa Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, mostram o avanço do excesso de peso e da obesidade na população brasileira nos últimos anos. O percentual de pessoas obesas em idade adulta mais do que dobrou em 17 anos, passando de 12,2%, entre 2002 e 2003, para 26,8%, em 2019. Nesse período, a proporção dos adultos com excesso de peso passou de 43,3% para 61,7%, o que representa quase dois terços dos brasileiros. Entre os mais jovens, os dados também preocupam: um em cada cinco adolescentes com idade entre 15 e 17 anos apresentou excesso de peso, e cerca de um terço das pessoas de 18 a 24 anos é obesa.

Risco

Ronaldo Corrêa alertou que uma criança ou adolescente com excesso de peso tem grande risco de se tornar um adulto com excesso de peso. “É provável que o excesso de peso na infância e adolescência seja um fator de risco para a pessoa permanecer com excesso de peso na vida adulta”. Mais tarde, na vida adulta, esse adolescente vai correr o risco de desenvolver câncer.

O médico argumentou que uma análise do Brasil nos últimos 20 anos indicará que houve aumento do excesso de peso tanto na população de adultos quanto na de crianças e adolescentes. Para os especialistas, isso sinaliza que, no futuro, haverá vários problemas de saúde. “Não só câncer, mas doenças cardiovasculares, diabetes, entre elas.”

Segundo o coordenador do estudo do Inca, o tratamento do excesso de peso poderia representar uma economia de R$ 60 milhões no gasto de R$ 1,4 bilhão registrado pelo governo federal no SUS em 2018. O dinheiro poupado com a eliminação desse fator de risco poderia ser aplicado em mais prevenção e em tratamentos mais eficazes, que podem reduzir a mortalidade por câncer.

Covid-19

Na avaliação de Corrêa, o distanciamento social e o confinamento adotados para impedir a disseminação da covid-19 podem aumentar o percentual de obesos no país, por causa do sedentarismo e do maior consumo de alimentos processados e ultraprocessados. “É provável que, com esses fatores, tenha havido um aumento do excesso de peso na população.” Ele esclareceu, porém, que aumento de peso não significa que a pessoa vá ter câncer imediatamente. “Existe o que a gente chama de gap [lacuna] temporal. A pessoa vai passar alguns anos exposta àquele fator de risco para desenvolver um câncer.”

Corrêa explicou que a pessoa começa a vida adulta aos 20 anos. Se ficar com excesso de peso até os 30, a partir de 40, 50, 60 anos, ela tem muito mais risco de ter câncer do que os adultos que se mantiveram no peso ideal. O médico destacou, porém, que ao final da pandemia, quem ganhou peso nesse período pode retornar às atividades normais e emagrecer. “Não é uma condenação”, disse Corrêa, que definiu a pandemia como um evento transitório, que vai passar.

A diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho, disse que os resultados do estudo podem ajudar os formuladores de políticas públicas, como o próprio instituto, a dar prioridade a ações de controle do câncer, buscando equilíbrio entre o que é gasto na prevenção, especificamente no excesso de peso, e o que é gasto com o tratamento do câncer.

Edição: Nádia Franco

  • Tópicos
  • Câncer
  • Cancer
  • Fatores de Riscos
  • Obesidade
Facebook
Twitter
Pinterest
WhatsApp
Linkedin
Email
Telegram
Viber

Hoteis e Resorts com até 34% de desconto | HURB

Leia mais

Os mehores smartphones com até 35% Off

Leia mais

Ela tem ganhado mais de R$ 5 mil por mês Bolos no Pote Lucrativos

O setor de alimentos é um dos poucos que cresce a cada ano independentemente da crise.
Leia mais
- Publicidade -

Mais Notícias

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -

Últimas Notícias

O futuro da Indústria é o Lean 4.0

Essa metodologia, que nasceu no chão de fábrica automotivo, é hoje reconhecidamente uma das melhores práticas de gestão industrial, e seu sucesso fez com que se expandisse também para outros segmentos

Caminhões autônomos movimentam peso de 35 mil ‘Maracanãs’ em mina de Minas Gerais

No local, veículos da Vale transportam minério de ferro sem operador na cabine desde 2016. Segundo a empresa, tecnologia diminuiu emissões de carbono e aumentou produtividade.

Mamografias logo após vacina contra covid-19 não é recomendada

Recomendação é que se espere de duas a quatro semanas

Exercício físico com supervisão é benéfico na pandemia

Saúde mental e física melhoram mais quando prática é supervisionada
- Publicidade -

Mundo Go!

Qual é o local ideal para deixar a caixa da areia do gato?

Você já ouviu falar que gatos são mais “limpinhos” do que muitos humanos???? Sim, em alguns casos isso é realmente verdade.

Segmento de beleza é uma ótima opção para investir

Mesmo durante a pandemia e uma crise econômica, o segmento de beleza e bem estar continua a expandir, com uma receita de R$35.276 bilhões em 2020

Confira as propriedades e benefícios da cenoura

A cenoura é um vegetal com qualidades benéficas tanto para a saúde como para a estética. Ela é utilizada há muitos anos como remédio e também como bálsamo de beleza. Vamos ver algumas das propriedades mais interessantes desse vegetal e os benefícios que oferece ao organismo.
Leia mais
- Publicidade -

Conheça as diferenças entre Prime Music e o Amazon Music Unlimited

Leia mais

Produtos de beleza com até 60% desconto | Sephora

Leia mais

Saiba como ativar o cupom de primeira compra do Ifood

Leia mais

Perfumaria com até 50% Off | Drogaria Araújo

Leia mais

Pacote Beto Carrero World com 15% Off

Leia mais
- Publicidade -